Índice | Cônicas
- 1Elipse
- 2Equação reduzida da elipse
- 3Equação da elipse com centro fora da origem
- 4Excentricidade da elipse
- 5Caso especial da elipse: circunferência
- 6Hipérbole
- 7Equação reduzida da hipérbole
- 8Equação da hipérbole com centro fora da origem
- 9Excentricidade da hipérbole
- 10Parábola
- 11Equação reduzida da parábola
- 12Equação da parábola com vértice fora da origem
- 13Equação geral da cônica
Equação geral da cônica
Além da equação reduzida, toda cônica também possui uma equação geral. O formato de uma equação geral para qualquer cônica é o seguinte:
$$Ax^2 + Bxy + Cy^2 + Dx + Ey + F = 0$$
Se você tem uma equação reduzida e quer chegar na equação geral, basta desenvolver os produtos e deixar todos os termos em um mesmo lado da equação. Faremos alguns exemplos disso a seguir.
Como a equação geral não é tão clara quanto às equações reduzidas, existe o cálculo de um discriminante para saber se a equação representa uma elipse, uma parábola ou uma hipérbole.
$$\Delta = B^2- 4AC$$
A partir daí:
$\Delta < 0$ | Elipse |
$\Delta = 0$ | Parábola |
$\Delta > 0$ | Hipérbole |
Obs.: geralmente no Ensino Médio são ensinadas apenas as cônicas com retas/eixos diretores paralelos aos eixos $x$ e $y$. Nestes casos, sempre teremos $B=0$.
Caso $B \neq 0$ isto significa que a cônica está rotacionada em relação aos eixos coordenados. Estas cônicas geralmente são estudadas somente no Ensino Superior.
Como obter a equação geral da cônica
Vamos mostrar um exemplo de como seria a equação geral de cada tipo de cônica, partindo sempre da equação reduzida.
a) Neste exemplo iremos chegar na equação geral de uma elipse centrada na origem cuja equação é:
$$\dfrac{x^2}{6} + \dfrac{y^2}{8} = 1$$
Primeiro vamos deixar o mesmo denominador dos dois lados da equação; vamos escolher o $24$, MMC entre 6 e 8:
$$\dfrac{4x^2 + 3y^2}{24} = \dfrac{24}{24}$$
Agora podemos cancelar os denominadores e passar o 24 para a esquerda:
$$4x^2 + 3y^2- 24 = 0$$
Esta é a equação geral daquela elipse. Observe que os coeficiente dos termos quadráticos estão com o mesmo sinal ($x^2$ e $y^2$ são positivos).
b) Vamos também determinar a equação geral de uma hipérbole cujo centro está no ponto $(-2, 1)$:
$$\dfrac{(x+2)^2}{5}- \dfrac{(y- 1)^2}{2} = 1 \\
$$
O procedimento é parecido, mas antes vamos resolver os produtos notáveis:
$$\dfrac{x^2 + 4x + 4}{5}- \dfrac{y^2- 2y + 1}{2} = 1 \\
\dfrac{2(x^2 + 4x + 4)- 5(y^2- 2y + 1)}{10} = \dfrac{10}{10} \\
2x^2 + 8x + 8- 5y^2 + 10y- 5 = 10 \\
2x^2- 5y^2 + 8x + 10y- 7 = 0$$
Perceba que os coeficiente dos termos quadráticos estão com sinais contrários ($x^2$ é positivo e $y^2$ é negativo).
c) Por fim vamos mostrar “a cara” de uma equação geral de uma parábola; seu vértice está localizado no ponto $(1, 3)$ e seu parâmetro é $p = 3/2$:
$$(x-2)^2 = 6(y- 3) \\
x^2- 4x + 4 = 6y- 18 \\
x^2- 4x- 6y +22 = 0$$
Note que há apenas um termo quadráticos e os demais são lineares.
Como voltar para a equação reduzida?
Não há dúvidas de que a equação reduzida das cônicas oferece mais informações do que a equação geral, mas muitos exercícios são baseados justamente em transformar uma equação geral para a forma reduzida.
Vamos começar com um exemplo simples de uma equação com centro/vértice na origem:
$$9x^2- 4y^2- 144 = 0$$
O primeiro passo vai ser deixar o termo independente do lado direito:
$$9x^2- 4y^2 = 144$$
Agora vamos dividir todos os termos por $144$ para que a equação fique com a parte “$= 1$”, característica das equações de elipse ou hipérbole:
$$\dfrac{9x^2}{144}- \dfrac{4y^2}{144} = \dfrac{144}{144} \\
\dfrac{x^2}{16}- \dfrac{y^2}{36} = 1$$
Pronto! Se trata então da equação de uma hipérbole com centro na origem, eixo real paralelo ao eixo $x$ e parâmetros $a = 4$ e $b = 6$.
Equação geral com centro ou vértice fora da origem
Para não dividir este problema em vários casos e te deixarmos refém de fórmulas vamos ensinar um método que funciona para todas as cônicas: o método do completamento de quadrados.
Este método se baseia na fatoração dos trinômios quadrados perfeitos, então vamos lembrá-los:
$$a^2 + 2ab + b^2 = (a+b)^2\\
a^2- 2ab + b^2 = (a- b)^2$$
Vamos ver como isso vai funcionar na prática com a seguinte equação:
$$3x^2 + 4y^2- 18x- 8y + 23 = 0$$
1. Primeiro vamos levar o termo independente para o lado direito, organizar as incógnitas do lado esquerdo
$$3x^2- 18 x + 4y^2- 8y =- 23$$
2. Vamos agrupar os termos com a mesma letra e fazer fatoração pelo fator comum (se possível):
$$3 (x^2- 6x) + 4(y^2- 2y) =- 23$$
3. Agora vamos completar o quadrado dentro dos parênteses, isto é, estamos com os termos $a^2 + 2ab$ e falta o $b^2$. Vamos achá-lo para formar um trinômio quadrado perfeito.
Para facilitar este processo, há uma “receitinha”: divida quem acompanha o $x$ ou o $y$ por $2$ e eleve o e resultado ao quadrado.
No caso, temos:
- $-6x \rightarrow -3 \rightarrow +9$
- $-2y \rightarrow -1 \rightarrow + 1$
Estes são os $b^2$ que procurávamos; vamos colocar $+ b^2- b^2$, pois isto é o mesmo que somar $0$ e não estamos modificando a equação:
$$3 (x^2- 6x + 9- 9) + 4(y^2- 2y + 1- 1) =- 19$$
4. Neste passo, vamos multiplicar o $4$ e o $3$ que estão fora de parênteses apenas pelo $-b^2$ para “soltá-lo” do parênteses e poder fatorar o resto:
$$3 \underbrace{(x^2- 6x + 9)} \color{blue}{- 27} + 4 \underbrace{(y^2- 2y + 1)}\color{blue}{- 4} =- 19 \\
\hspace{3em} 3 (x- 3)^2 \hspace{2em} + \hspace{2em} 4 (y-1)^2 =- 19 + 27 + 4 \\
3(x-3)^2 + 4(y-1)^2 = 12
$$
5. Para finalizar vamos dividir todos os termos pelo termo independente:
$$\dfrac{3(x-3)^2}{12} + \dfrac{4(y-1)^2}{12} = \dfrac{12}{12} \\
\dfrac{(x-3)^2}{4} + \dfrac{(y-1)^2}{3} = 1$$
Agora podemos concluir que a equação representa uma elipse de centro $(3,1)$ e parâmetros $a = 2$ e $b= \sqrt{3}$.